sábado, 14 de agosto de 2010

And So Hard to Believe

Acabaram-se as férias, hora de voltar ao trabalho, aquela aura de bom humor que tem me cercado há um bom tempo, tem feito o seu bom trabalho sem falhar, assim como algum outro estado que tenha se fixado em mim nos últimos tempos… Esse vazio, às vezes eu fico pensando se é bom ou mal sentir como se não sentisse, e nada realmente se torna uma necessidade, tudo fica bem, em paz. Há quem diga (dadas experiências dos últimos 2 meses) que isso de alguma forma pode prejudicar, não sei se concordo, tudo parece tão tranquilo visto de cima. Há alguns dias atrás, lendo uma s outras coisas por aí, fiquei pensando bastante sobre o que essas pessoas queriam dizer, normalmente isso nos faz pensar em nossos erros, principalmente quando essas coisas que lemos nos envolvem diretamente. Bem, a quantidade de erros completamente superior a quantidade de acerto dos últimos 16 meses, me mostra que tudo o que me trouxe até aqui, foi uma sucessão de ações precipitadas e impulsivas, erros idiotas e coisas que poderiam ter sido evitadas, como as coisas estariam agora se eu não tivesse começado com a primeira desistência?
Difícil prever, mas sei bem onde nesse caminho eu me perdi, pelo menos tudo serve como experiência, e não só pra mim. Algumas mentiras, planos mal traçados e medos idiotas fizeram tudo acontecer como aconteceu, e embora eu mais uma vez minta e diga que não me arrependo, hah, não engano nem a mim mesmo com essa, mas eu tento. O segredo é sempre não pensar muito. Quando conversava recentemente com um colega sobre depressão, ele perguntou: “Como uma pessoa fica assim, chega a conclusão de que a vida não tem mais sentido?”. Bem, isso é coisa de quem pensa, onde parar para pensar na vida de uma forma mais fria e realista, vai perceber que a vida realmente não tem sentido nenhum, por isso o bom é não pensar em nada disso e simplesmente levar toda essa vida adiante, há muito o que se fazer até que a hora solene chegue.
De qualquer forma, queria poder realmente deixar todas as coisas claras, simplesmente não há como, queria algumas coisas de volta, queria retornar no fluxo do tempo, como todo mundo queria poder também. Ok, isso não é possível, nem mesmo consertar toda essa porcaria que aconteceu possa ser feito. Vazio, isso ajuda, sentir nada é bom. Casos anteriores ao que tornou as coisas assim me fazem pensar no que vinha fazendo de errado, daquela vez foi diferente e acabou diferente, estranho.
Me deixei parecer a vítima, deixei que o jogo parecesse inverso, não para tornar tudo mais aceitável pra mim, mas pra tornar tudo aceitável para a outra parte, onde ela pensasse que era a vilã, que estava no controle e tomando a decisão isso mascararia todo o circo que eu tinha formado, faria essa mentira toda parecer mais real, bem, eu não pude rir, senão cinicamente enquanto fingia chorar com toda a situação, eu sei que enganei bem, isso já foi bem demonstrado nas ultimas conversas em nas coisas que li, ponto pra mim, mas foi difícil não rir agora, quando tudo que achava estar fazendo se virou contra você, enquanto eu de longe só observava, enquanto agora a vítima, mais uma vez era você, dessa vez ciente da sua condição, ainda querendo lembrar daquele momento em que achou que tinha ganhado, quando achou que a vítima teria sido eu, só pude rir, infelizmente.
Antes disso, aqueles medos, a verdade não é muito implícita, duas pessoas sabem dela, e uma delas não é a maior interessada, acho que talvez o que eu não quisesse fazer, não quisesse que as coisas tomassem tal rumo, fizeram com que eu desistisse pela segunda vez, nessa eu fui o vilão e demonstrei isso, e pra tornar tudo isso mais real envolvi outra parte, essa que mais tarde também se tornara minha vítima, agora, perdido em tantas mentiras, coloco as coisas no lugar, aqui. Talvez nunca seja capaz de explicar o que realmente aconteceu, mas aconteceu. Claro, nos últimos tempos tenho tentado pensar numa maneira de pelo menos uma das partes saberem o que realmente aconteceu, saberem que eu sofri com isso, embora dissesse o contrário, dissesse que isso também me trouxe aqui onde estou, e que eu, de alguma maneira sinto falta de tudo aquilo e queria de volta, e dessa vez faria diferente, não, da outra vez teria feito diferente, se tivesse percebido como informar o que não queria.
Agora, sem saber bem o que dizer, talvez nem dizer, não sei nem ao menos se vou ter outra oportunidade de ver, embora eu queira e tenha sonhado com isso ultimamente, que triste. Enquanto nada muda, vou seguindo assim, vazio, com algumas manchas de saudades, com alguns presságios de mudança, e aproveitando esses mesmos presságios e as próximas experiências imediatas pra continuar fugindo desse monstro que me feriu mortalmente há anos atrás.
Pode vir, vou continuar a correr.

domingo, 13 de junho de 2010

Who, who are you?

Quem nunca se deparou com a pergunta "Quem é você?". Desde que estamos nesse mundo, sempre tem alguém perguntando quem somos, seja num perfil de alguma rede de relacionamentos, seja em alguma conversa... Mas tem vezes que nós mesmos somos quem fazemos essa pergunta... Quem é você?
Essa pra mim sempre fora a pergunta mais difícil de ser respondida, na verdade, eu acho que nunca soube como responder a mesma. Nunca tivera pensado nisso, ou não quisera, não sei ao certo, o que eu sei que sempre acabo sem saber o que dizer sobre mim, é realmente uma pergunta bem complicada de ser respondida, o lado bom, é que sei que muita gente, assim como eu também não sabe responder à essa pergunta. A construção da identidade é algo bem mais complexo, que acontece gradativamente dentro de nós mesmos... é um reflexo da nossa criação, combinada com nossos valores pessoais, ambições, metas e também influenciada pelo meio onde vivemos. O importante é: Saber de onde veio, o que se tornou, por que se tornou, onde quer chegar, como vai chegar e o que pretende realmente ser.
Parece simples, e de fato, é simples, se for pensado dessa maneira, seguindo esses passos... Ok now.
Ainda tenho a árdua missão de concluir minha identidade... E, descobrir outras. Quem é você?

sábado, 22 de maio de 2010

Live and Let Die

Não há quem não imagine pelo menos uma vez qual a melhor forma para morrer, quando se começa a pensar nessa possibilidade como uma coisa mais real, e nem me refiro ao suicídio, mas sim ao fim involuntário da existência… Já ouvi alguns relatos sobre quase morte e como essas pessoas se sentiram por quase morrer por algo que realmente gostassem, nunca fora tão real quanto a minha, que abriu um novo leque nas experiências que já vivi.
Em uma tarde de terça-feira, quem diria, nem ao menos o dia fora bem escolhido. um portão, uma pessoa, palavras sem nexo proferidas rápidas demais para que pudessem ser compreendidas por esta mente preguiçosa e cansada… Mas parecia suspeita demais para qualquer outra coisa, mas quem disse que eu ia me preocupar com suspeitas?
Normalmente não sou assim, acredito na razão das coisas, naquela crença de que nada acontece por acaso e que aquilo mais uma vez não era um acontecimento vão, mas daquela vez em que eu mais precisei ter essa crença, não a tive…
Eram três coisas muito suspeitas, a bebida, o doce e o salgado, todos aparentemente muito perigosos quando só mesmo o bolo parecia ser, então, inocente olhei para aqueles inocentes salgados, cumplicidade… Não fora o único a provar deles… Cinco cúmplices. Este era o número.
Brincadeiras, zoação… Nunca se dá muita importância para as coisas, até que elas se tornem reais… Então uma saída, cerca de 20 minutos depois, um lance de escadas, uma surpresa: ao terminar de subir, parecia ter corrido uma maratona. Ofegava, cansado de subir apenas alguns degrais, objetivo concluído, a descida, quando ao descer o primeiro lance de escadas a visão, que já é embaçada pela falta de clareza que as coisas acontecem em minha mente, de repente começa a pender para o breu… Essa não! A escuridão! E o ar que me faltava antes, agora mais ausente em meus pulmões, a ponto de acelerar os batimentos cardíacos e me fazer balançar e eu tentando respirar, mas o ar não passava pela garganta, parecia fechada, como se algo me estrangulasse ao mesmo tempo em que havia pego meu coração na mão e o apertava. Uma dor terrível, mas a calma ainda permanecia pela ideia da liberdade, tomei algum fôlego e desci o que restava de escadas, chegando ao corredor, procurei por água ao mesmo tempo em que imaginava se iria vomitar, avistei o bebedouro mas parecia longe demais para as minhas fracas pernas alcançarem, elas não tinham mais força, estavam debilitadas e pedindo por descanso, esse que eu não poderia dar, pois queria muito beber água… Bebedouro desligado e sem água, e o pensamento: “Hm, é agora então.” surgiu em minha mente, engraçado, mas ainda estava calmo enquanto achava mais forças pra ir no banheiro, onde consegui beber água, depois me sentando em um banco esperando tal veneno fazer o efeito e me levar de tudo aquilo, realmente parecia a hora, pois o coração, acelerado pedia por mais respiração, que também ficava cada vez mais irregular… Até que foi acalmando e parando aos poucos, como um concerto que chegava ao fim com cada vez menos volumes dos instrumentos… Até que cessou… Então pude perceber o quanto foi forte ter sido envenenado…

Psicologicamente, e como o nosso psicológico é realmente forte. Toda essa experiência de quase morte pareceu tão real pra mim quanto tentei exprimir acima, pois a mesma pessoa que deixou os suspeitos bolo, salgado e refrigerante disse que no dia seguinte buscaria 5 caixas grandes. E 5 pessoas comeram, logo, 5 caixões.
E o fato de ficar pensando e brincando com isso que abriu essa porta.
Agora, é hora de aprender a usar toda essa força do psicológico sobre o corpo, em benefício próprio.